Todas as bancas existentes no térreo do Mercado foram retiradas na ocasião da grande reforma ocorrida nos anos 1990. O dia a dia dos mercadeiros virou do avesso. Os portões se mantiveram abertos durante os cinco anos de obras e os comerciantes precisaram se adequar.
A faixa localizada no alto de uma das entradas principais do prédio informava aos interessados que por ali passavam — e que avistavam, de longe, um enorme canteiro de obras dentro do velho Mercado: “Ascomepc informa: devido à reforma, algumas bancas do interior do Mercado estão atendendo provisoriamente no 2º piso”.
As mudanças da reforma não ocorreram de modo simples.
Os permissionários temiam perder o seu lugar de origem ou serem transferidos. Além disso, inicialmente, as bancas também permaneceriam fechadas no período de obras. Como conseguiriam se manter?
Nesse contexto, surgiu a liderança do sr. Antônio Mello, antigo proprietário do Gambrinus.
O seu diálogo, sempre voltado para o entendimento, convenceu todos os colegas a abraçarem a causa. Isso, por meio de dois compromissos acordados pelas duas partes.
A prefeitura garantiu o funcionamento das bancas, enquanto os comerciantes aceitaram as possíveis realocações dentro do prédio — com exceção dos estabelecimentos considerados “de referência”, como os restaurantes Gambrinus e Naval e a Banca do Holandês.
Assim, cada permissionário recebeu um espaço mínimo para o funcionamento da banca e disposição de parte do estoque.
Logo que as novas estruturas começaram a serem erguidas, iniciou a negociação da reinstalação ou readequação definitiva de todos os estabelecimentos.
Para tanto, os comerciantes precisaram apresentar um projeto arquitetônico das suas novas instalações, incluindo as instalações elétricas e hidrossanitárias.
Com as obras finalizadas e as bancas asseguradas em seus espaços, em abril de 1997 foi realizada uma grande festa popular para marcar o reinício do Mercado, agora ainda mais fortalecido para o futuro.
Fotos: Arquivo/JM
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